Trocar uma vida convencional de certezas e seguranças pelas incertezas do caminho missionário junto àqueles dos quais a sociedade não mais se lembra, estar hoje aqui, amanhã ali, faz parte do projeto de vida daqueles que optaram por seguir o Jesus despojado, amigo dos pobres e excluídos, voz dos sem-voz, o Jesus do Evangelho, Deus dos pobres que ouve o clamor do povo e desce imediatamente para libertá-los. Irmã Arizete Miranda Dinelly fez da missão itinerante na Amazônia o seu projeto de vida e partilha essa riqueza com a Vida Religiosa reunida em mutirão, no 3º Congresso Missionário.
3º CMN – Irmã por que a necessidade de uma missão itinerante na Amazônia?
Irmã Arizete – Por que a Amazônia hoje é o centro das atenções do mundo, é o lugar estrategicamente desafiador para a missão porque o capitalismo vê a Amazônia como lugar de exploração em vista do lucro e nós missionários e missionárias somos convidadas a estar presentes para ajudar os filhos e filhas da Amazônia a estarem atentos e a darem respostas aos seus problemas e desafios.
3º CMN – Porque trazer o tema da missão itinerante na Amazônia para o Congresso Missionário?
Irmã Arizete - Esse Congresso tem missionários que estão espalhados por todo o Brasil e exterior e eu acredito que como resposta de uma presença missionária na Amazônia, a questão da interinstitucionalidade é possível e é o grande desafio porque que não fomos preparados para isso, a nossa formação é para que cuidemos do que é nosso particularmente, mas agora o “nosso” e ‘meu” tem que caminhar juntos.
3º CMN – O que significa para você ser missionária itinerante?
Irmã Arizete - O projeto da Equipe Itinerante para mim é um projeto de vida. Sendo filha da Amazônia percebo que nas itinerâncias, temos a possibilidade de estar juntos a pessoas que são esquecida ou que outros grupos ou equipes não conseguem chegar e nós estamos apenas como apoio a outras equipes o que parece algo muito pequeno mas é um dos sinais da Igreja na Amazônia.
3º CMN – O que caracteriza a Equipe como itinerância?
Irmã Arizete - A Equipe itinerante bebe da própria Bíblia quando ela nos fala de Jesus como profeta itinerante, que está às margens do lago, conversando com os pescadores escutando para ajudá-los a encontrar aquilo que buscam. Ser itinerante é seguir o caminho do mestre e ir pela Amazônia com toda a distância e fronteiras simbólicas geográficas, nos faz perceber que é uma presença importante e que faz a diferença. E o mínimo que a gente pode oferecer é essa presença de escuta, a liberdade de chegar próximo à cozinha de cada casa, ao fogo das malocas e reacender dentro de nós essa chama do amor que é a defesa da vida que é o centro do projeto de Deus.
3º CMN – Como comunidade itinerante vocês tem uma casa?
Irmã Arizete - Temos uma comunidade itinerante que está de apoio à missão itinerante porque quando vamos às comunidades indígenas, ribeirinhas o povo se aperta para oferecer para o missionário/a o espaço melhor que tem e muitas vezes quando eles chegam nas nossas casas parece que o espaço fica pequeno demais. Então, fizemos a opção de criar uma comunidade alternativa para receber essas pessoas que nos acolhem suas casas, suas malocas, e nos espaços onde vivem.
3º CMN – Que apelos você faz à Vida Religiosa frente à realidade da Amazônia e essa necessidade missionária que ela nos impõe?
Irmã Arizete - O apelo da Amazônia para o Brasil como um todo é que a gente esteja sensível sobretudo à causa indígena sobretudo porque cada vez mais os povos estão sendo desrespeitados e violentados; mesmo aqueles que já conquistaram suas terras estão com a vida ameaçada. O grande desafio para a Vida Religiosa é pensar como nós podemos nos articular dentro de congregações e instituições para dar uma resposta à altura destes grandes projetos que matam a vida na Amazônia.
3º CMN - Quais são as atividades do missionário itinerante na Amazônia?
Irmã Arizete – Em primeiro lugar, ser uma presença gratuita, ir com tempo para estar a serviço da organização de cada local. Estamos sujeitos à organização de cada local. Chegamos para atender à demanda, mas nos colocamos inteiramente à disposição deles. Eles que nos dizem o horário de fazer cada coisa: pescar, ir para a roça buscar comida, estudar, jantar...participamos da vida cotidiana. Isso faz a diferença e eles também ficam feliz pelo fato de estarmos em suas casas, vivendo vida que vivem. Estamos liberados para itinerar, sem pressa.
3º CMN - O que é necessário para ser um missionário itinerante?
Irmã Arizete - Em primeiro lugar a pessoa tem que estar feliz com a vida porque os desafios são muitos, fazer uma experiência na equipe e ser enviada por uma instituição porque esta assegura o acompanhamento e a contribuição que precisamos para a missão e para a vida comunitárias que são dois salário mínimos.
3º CMN – Que apelos você faz à Vida Religiosa frente à realidade da Amazônia e essa necessidade missionária que ela nos impõe?
Irmã Arizete - O apelo da Amazônia para o Brasil como um todo é que a gente esteja sensível sobretudo à causa indígena sobretudo porque cada vez mais os povos estão sendo desrespeitados e violentados; mesmo aqueles que já conquistaram suas terras estão com a vida ameaçada. O grande desafio para a Vida Religiosa é pensar como nós podemos nos articular dentro de congregações e instituições para dar uma resposta à altura destes grandes projetos que matam a vida na Amazônia.
3º CMN - Quais são as atividades do missionário itinerante na Amazônia?
Irmã Arizete – Em primeiro lugar, ser uma presença gratuita, ir com tempo para estar a serviço da organização de cada local. Estamos sujeitos à organização de cada local. Chegamos para atender à demanda, mas nos colocamos inteiramente à disposição deles. Eles que nos dizem o horário de fazer cada coisa: pescar, ir para a roça buscar comida, estudar, jantar...participamos da vida cotidiana. Isso faz a diferença e eles também ficam feliz pelo fato de estarmos em suas casas, vivendo vida que vivem. Estamos liberados para itinerar, sem pressa.
3º CMN - O que é necessário para ser um missionário itinerante?
Irmã Arizete - Em primeiro lugar a pessoa tem que estar feliz com a vida porque os desafios são muitos, fazer uma experiência na equipe e ser enviada por uma instituição porque esta assegura o acompanhamento e a contribuição que precisamos para a missão e para a vida comunitárias que são dois salário mínimos.
Por Rosinha Martins, da Assessoria de Imprensa do 3º CMN
Sáb, 14 de Julho de 2012
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